domingo, 30 de março de 2008

Pela criação de uma nova sigla

Depois de mil anos sem "bostar", chegou o momento de fazê-lo e, muito provavelmente, conquistar alguns desafetos com esse meu texto. Lembro, alguns meses atrás, ter aberto o UOL e visto as manchetes rapidamente. Entre crises políticas, escândalos financeiros e tantas outras coisas, um link me chamou atenção: Alexandre Pires diz que não é pagodeiro e que toca MPB. Calma, se você está se perguntando se ouço pagode, já me adianto. A resposta é não.

Mesmo assim, lá foi o mouse. Um clique e a entrevista estava diante dos meus olhos. Não a li, passou batido. Fui direto ao fórum de discussão sobre o assunto. Fiquei passada com inúmeros protestos de gente que não se conformava com a declaração do mineiro. Como se autoproclamar cantor de MPB fosse uma heresia, um pecado mortal.

Música popular brasileira. Pelo que me lembre, esse é o significado da tal sigla. No entanto, parando pra pensar, a realidade é bem diferente. Os cantores que são classificados como ícones da MPB, na verdade, não alcançam a totalidade do público. Seus admiradores se concentram numa classe segmentada, um pouco mais elitizada (pelo menos eles se sentem assim).

São poucos os que guardam todo o repertório de Chico Buarque em suas mentes. Igualmente raros são aqueles que sabem as letras de algum álbum clássico de Caetano Veloso, na gloriosa época da Tropicália. Enquanto isso, a massa continua escutando sertanejos, pagodeiros, funkeiros e outros “eiros”. Então seria errado classificá-los também como populares? Basta uma música do Djavan na trilha da novela das oito para que ele seja pop? Há uma grande diferença entre ser conhecido e ser popular

Quero que entendam, não é meu objetivo misturar todos os gêneros na panela do diabo. A segmentação existe, isso é um fato. Só queria saber porque os ritmos realmente populares são ignorados como MPB. Se alguém tiver a resposta, por favor, me passe. Ou, então, pensemos na criação de um novo gênero. Vamos bolar uma nova sigla. Pois falar que MPB é Tom Jobim e sua trupe é tão estranho como achar que o Leonardo é sertanejo.